Desde pequena meus pais me ensinaram a ser gentil com estranhos: a desejar um bom dia ou uma boa tarde, a pedir “por favor”, a agradecer. Quando digo isso tudo parece muito básico, mas percebo que muitas vezes as pessoas estão tão imersas em suas bolhas de fones de ouvido ou problemas, que simplesmente esquecem-se do essencial.
Em um dia muito frio, ao pegar um voo bem cedo pela manhã, a comissária de bordo da Gol passou a oferecer água ou refrigerante com um pacote de bolachas. Na expectativa de uma bebida quente para me aquecer, pedi por um café sem sucesso, que aparentemente não era mais servido a bordo. Fiquei arrasada de frustração e mau-humor, agradeci a resposta negativa a resmungar e me recostei no banco, resignada.
Instantes depois, a aeromoça volta com um café especialmente pra mim, a dizer: — você foi tão, tão simpática, que eu não conseguiria terminar o meu dia sem lhe dar um café, por isso, trouxe o que eu tinha disponível na minha bolsa (era solúvel, claro).
Fiquei pasma com essa reação. Eu não havia sido especialmente simpática nem gentil, pois estava de mau-humor de ter acordado cedo para viajar. O que simplesmente me leva a crer que as pessoas falham tanto, mas tanto, nas demonstrações básicas de gentileza e educação, que o básico salta aos olhos — especialmente no que diz respeito ao diálogo com quem está a lhe fornecer um serviço.
Respostas humanas a pessoas humanas
Sobre o meio social virtual, ando com percepções muito parecidas. Sinto que as pessoas estão tão habituadas a falarem com robôs, que muitas vezes nem percebem ou nem se dão ao trabalho de gentilezas virtuais.
Ao responder e-mails e mensagens no f/508, como já fiz inúmeras vezes, sempre me apresento dizendo o meu nome, para que a pessoa do outro lado tenha a certeza de que está falando com um ser humano, alguém real, que se importa com ela — mas é triste a quantidade de vezes nas quais fui respondida de forma completamente seca, rude, sem a construção de uma sentença com o desejo de uma boa tarde, um bom dia, sem um agradecimento pela informação.
Quero trazer-lhes essa reflexão: estamos agindo como robôs com atendentes reais? Como está a nossa educação básica para os que nos ajudam diariamente em SACs, perfis do instagram, empresas digitais, empresas de forma geral? A gentileza muda a vida das pessoas, torna os dias mais leves e palatáveis — e pode até te conseguir um café num dia frio. Por falar nisso — deixo o verdadeiro desejo de uma excelente semana para vocês que me acompanham por aqui!
Ps.: Os japoneses tem uma palavra linda: "Omotenashi" - que é o cuidado que as pessoas têm umas com as outras, que se expressa quase sempre em pequenas atitudes. Isso pra mim ficou muito claro em todos os detalhes desse país que é um dos meus favoritos em todo o mundo. Essa semana me deparei com uma postagem incrível que fala muito sobre o Japão - vale o passeio.
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✨ Restam 4 vagas para a pós graduação em fotografia como suporte para a imaginação, que começará sua 6a turma consecutiva em março. Uma verdadeira imersão no estudo da imagem e da fotografia enquanto meio de expressão pessoal. Quer escutar uma opinião em primeira mão? A Vanessa Vieira acaba de se formar e deixou um depoimento pra gente:
✨ rapidinhas para ver, ler e ouvir
👁️Recentemente descobri essa artista no instagram, que trabalha com processos alternativos e fotografia analógica. Amo a maneira como ela usa o elemento humano com mistério.
👁️Você provavelmente passou batido pela série Please Like Me na Netflix - mas é uma experiência leve que aborda assuntos importantes de uma forma sensível e linda.
🎧Essa playlist não é minha, mas tem sido uma excelente companhia para ler, desenhar, trabalhar. Aproveita a descoberta!
📚Um mapa com o livro mais traduzido de cada país. (Twitter)
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Raquel Pellicano
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seus posts/e-mails são sempre tão cheios de delicadeza... e têm ainda reflexões, indicações, referências... são como esse café que você recebeu no avião, mas com perfume de café moído e coado na hora. muito obrigada <3