Que tal uma trilha-sonora pra essa carta? Trago ainda um aviso aos navegantes: Não deixe de conferir as novidades ao final da news, tem muita coisa fresquinha pra você acompanhar aqui no f/508! Mas vamos à isso:
É incrível o quanto a internet mudou nossas vidas, e hoje, para a gestão de uma carreira profissional e artística, existir em meios virtuais é essencial. A não-existência online pode implicar, automaticamente, na não existência da sua carreira profissional (a não ser que você já tenha a maturidade de ser um artista representado por galerias, que farão este trabalho por si). O desempenho e a presença nesses meios de comunicação são primordiais para que tenhamos, também, um desenvolvimento na carreira e para que possamos atrair novas oportunidades de trabalhos remunerados.
Não gosto de reclamar — acredito que a internet veio para democratizar e desmontar aquele ‘pedestal’ no qual antes colocávamos artistas de renome, inalcançáveis. Da mesma maneira que esta já não é uma realidade factível, o acesso às ferramentas virtuais é fácil e barato, é aberto, é para todos. Todos tem a possibilidade de se tornarem um pouco grandes, mesmo que não tão grandes como Madonna ou Frida Kahlo.
Mas será mesmo que a democratização destes meios é, de fato, democrática? Existe um outro lado das mídias sociais que se faz presente, e que vale ser ressaltado. O lado do algoritmo colonizador.
✨Muito se discute, hoje, sobre a importância de uma visão decolonial — um estudo das artes visuais sem o foco eurocentrista, sem um olhar trazido pelo colonizador que impõe seus conceitos de civilidade. Uma visão ampliada, voltada para todos os potenciais artistas e escritores que foram deixados às margens dos cânones por não fazerem parte deste recorte europeu, que fomos ensinados a enxergar como o único exemplo de qualidade conceitual e estética. É lindo ver isso sendo desconstruído, um passo por vez.
Entretanto, no que tange ao olhar colonizado, o comportamento do algoritmo merece alguma atenção.
☕️ No começo do Instagram e do twitter, quanto tudo era mato, o funcionamento dessas redes se baseava numa lógica bem simples: se você decidia ‘seguir’ alguém, é porque tinha interesse no seu conteúdo e, respectivamente, sua linha do tempo recebia tudo o que era postado pelas pessoas que você definiu que desejava encontrar e acompanhar ali.
Mas hoje as plataformas funcionam a partir de uma outra base, e o algoritmo é a variável utilizada para a escolha do que vai/ou não viralizar, do que devemos/ou não enxergar. Essa escolha é definida por critérios que pouco conhecemos e que estão em constante mudança e atualização.
Critérios que, disfarçados de um pretexto de ‘segurança de comunidade’, definem por nós o que deve merecer a nossa atenção, o que é belo, o que é ‘seguro’. Nessa definição, por sinal, toda nudez é castigada. Enquanto lutamos para descolonizar o olhar eurocentrista, estamos contraditoriamente alimentando uma nova visão colonizada, puritana, pasteurizada.
Meu instagram se reduziu à entrega quase zero desde que os robôs do tio Zuck perceberam a nudez nas minhas postagens.
Diante de uma visão colonizada pelos algoritmos, é essencial refletir sobre a importância de uma postura ativa na defesa e exaltação das empresas independentes e artistas que desejamos ajudar e apoiar. Nosso comentário, nosso ‘like’, nosso ‘seguir’, tem muito significado, e ajudam a combater a seleção do algoritmo, dão forças para essas publicações alcançarem novos olhos.
💡Para encerrar, deixo o post da artista @naluromano (vale ir no carrossel e conferir a postagem completa):
📣 novidades importantes no f/508:
⏳ A pedidos, no dia dia 29 de março teremos Autorretrato: processos autorais, uma masterclass Dialógica II - ao vivo, sem gravação, com a queridíssima Jacqueline Hoofendy - só 30 dinheiros!
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Raquel Pellicano
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