Como não se emocionar com o início de 2023? É difícil ter coração para não chorar ao finalmente enxergar a luz no fim deste longo túnel que foram os últimos 4 anos. Você pode conferir o recado de ano novo do f/508 aqui.
💡Recentemente venho refletindo sobre a parte que deixamos de fora do virtual. Acho que temos uma tendência a pensar essas personas virtuais que apresentam fragmentos minúsculos das próprias rotinas como verdades - tenho grandes amigos que preferem manter-se fora das redes sociais e pouco ativos na internet, e às vezes fico com a impressão de que eles desapareceram no mundo (pelo simples fato de decidirem manter suas vidas offline).
Mas fato é que a rotina segue normalmente do lado de lá, e eles provavelmente não têm a obrigatoriedade dos autônomos e empresários de se fazerem notar virtualmente - estabelecendo uma relação mais saudável com o meio digital.
Confesso que tenho um sentimento ambíguo em relação a este momento no séc. XXI - enquanto acho absolutamente sensacionais todas as possibilidades de conexões e diálogos, não deixo de pensar que as relações superficiais baseadas em visualizações e curtidas nos stories precisam de um pouco mais. Quando foi exatamente que aprendemos a valorizar essas migalhas como interação social?
Amo poder escutar de tudo um bocado no passeio com o cão, amo poder compartilhar aqueles vídeos de viagens com milhares de pessoas a partir de um clique. Mas em alguns momentos sinto que ainda estamos distantes do entendimento do equilíbrio ideal com este mundo tão recente e tão amplo de possibilidades.
Achar que curtir o post do seu amigo é o suficiente, que andar sempre com fone de ouvido e óculos escuros é melhor (sou dessas), pode trazer algumas perdas pelo caminho. Fico com a imagem mental, em muitos momentos, que estamos falando de dentro de poços, ouvidos por quase ninguém, reféns de um algoritmo do qual não sabemos praticamente nada.
Quais os limites entre aproveitar ao máximo as possibilidades da tecnologia e se alienar completamente? Tá todo mundo tentando entender e estabelecer esses limites de até onde a vivência contemporânea é saudável e até onde ela aliena.
De vez em quando me proponho desligar os podcasts e cumprimentar as pessoas à rua, pra variar. Escutar os passarinhos, conversar com o dono de outro cachorro. Mandar emails ou áudios longuíssimos para os meus amigos mais próximos.
Acho que uma das coisas mais bonitas (e, convenhamos, difíceis) desse equilíbrio está no entendimento de que as nossas vidas não se resumem ao meio virtual, apesar dele levar uma fatia importante das nossas obrigações. Compreender que essas facilidades podem tornar as relações rasas, mas também proporcionar a aproximação de amigos (mesmo e apesar de um oceano entre eles).
Podemos, sim, enviar cartas sem aguardar 10 dias pela sua chegada ao destino, podemos, sim, fazer ligações longuíssimas interurbanas/intercontinentais sem gastar um centavo extra com telefonia, e podemos, também, ter infinitas possibilidades de imagens disponíveis para uso criativo se você quiser criar uma colagem e não tiver insumos como revistas e livros ao seu alcance.
Penso que o nosso maior trabalho nisso tudo está em usar o lado lindo da internet a nosso favor - estabelecer conexões verdadeiras e reais, resgatar amizades profundas e ter diálogos intensos ainda é possível (e ouso dizer, mais possível que nunca), e é maravilhoso poder usufruir disso. Nem tudo é só sombra, e tenho buscado enxergar diferente para que o meu copo se mantenha meio cheio.
💡Fica a minha sugestão de meta para 2023, que já começou lindo: estabelecer uma relação mais saudável com a internet, aprofundar nas leituras e relações, ser mais presente mesmo estando distante: um privilégio desse tempo que pouco aproveitamos.
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🎧Impossível não se emocionar com essa história do podcast não inviabilize
📚A Vanessa Guedes é sempre maravilhosas nas reflexões
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Raquel Pellicano
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