A vida em home-office nos trouxe maiores preocupações sobre o ambiente de trabalho, já que passamos em casa grande parte dos nossos dias. Recentemente, depois de uma breve passagem no co-working Second Home Lisboa, nos afeiçoamos à ideia de adicionar plantinhas à decoração.
A cada nova planta adquirida, a coitada da árvore artificial, que já fazia parte do apartamento antes de chegarmos, ficava mais feia.
Uma visita ao horto aqui, uma plantinha de supermercado ali, sem perceber, criamos uma selva urbana digna do Pinterest. Depois, ainda, de acompanhar o canal da @atripeirinha e descobrir o quanto pode ser fácil criar bebês das plantas que já se tem, o céu é o limite.
Pouco a pouco, percebo que começo a orgulhosamente me tornar uma mistura da minha mãe e das minhas avós. Não demorou muito para que eu cismasse em ter uma Monstera Deliciosa (ou ‘costela de Adão’) para ocupar um espaço vazio na sala - especialmente depois de me apaixonar por uma lindíssima que estava à venda na loja de flores ao lado de casa e descobrir que teria que deixar um rim para comprá-la.
Com olhos de águia, andei por semanas pelos belos jardins de Lisboa à espera de encontrar uma monstera em um local público para que eu pudesse realizar o meu delito: roubar um pedacinho para ter a minha própria monsterinha. Atenção: é fato (e faz sentido), que roubar mudas de plantas, no Brasil, é crime (não me atentei ainda à lei portuguesa, mas não duvido nada que também o seja em terras lusas), sujeito à detenção de 3 meses a 1 ano, por isso, crianças, não sigam o meu exemplo.
Mas, há uma semana, encontramos a vítima: uma que não andava lá muito bem, já que foi plantada em um lugar com muito sol e esta é uma planta que pede para viver à sombra. Saí, com tesoura em punho e uma sacola, como quem, de fato, vai cometer um crime: confesso, ninguém realmente ligou para o meu roubo em plena luz do dia, mas ter conquistado minha mudinha fez com que eu particularmente me afeiçoasse à planta. Agora, é torcer para que a bebê desenvolva logo as perninhas para ser plantada em um vaso devidamente preparado.
Hoje, somos 21 seres a dividir a casa. É impossível se sentir só: todos, incluindo o cão, recebem ‘bom dia’ e ‘boa noite’.
E o que é que isso tem a ver com fotografia e imagem?
Não é de hoje o meu hábito de colecionar plantinhas. Volta e meia saio sem rumo pela cidade com uma sacolinha, pegando algumas flores silvestres, matinhos bonitos, folhas secas peculiares caídas no chão. Nunca sei exatamente o que vou fazer com o resultado de cada coleção, mas alguns caminhos possíveis, são:
secá-las dentro de um livro e utilizá-las como elementos para uma colagem analógica, com relevo, ou até mesmo uma assemblagem.
usá-las em uma fotografia como elementos de composição, ou talvez uma natureza morta
fazer uma bela cianotipia
criar uma antotipia (impressão com pigmentos naturais)
criar uma fitotipia (minha favorita — impressão nas plantas e folhas)
A mulher considerada a primeira fotógrafa do mundo foi Anna Atkins. Ela foi uma botânica e fotógrafa britânica do século XIX, reconhecida como a primeira pessoa a publicar um livro com fotografias. A obra que a tornou mais conhecida é o livro "Photographs of British Algae: Cyanotype Impressions", publicado em 1843, que apresentava imagens de plantas aquáticas capturadas por meio do processo de cianotipia. Seu trabalho inovador estabeleceu as bases para o uso da fotografia na ilustração científica e deixou um legado duradouro no campo da arte e da ciência.
Deixo também um convite para vocês conhecerem o brasileiro Rodrigo Bueno, que se utiliza das plantas em várias etapas de suas muitas poéticas visuais. O vídeo sobre o processo criativo do artista, realizado pela Bravo, é um lindo mergulho.
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Eu viajei junto nesta história das plantas e mudas , a trajetória amor e carinho e toda memória acontecida por aqui também, me trazendo memórias de minha mãe. Certa vez, andando com Da.Alzira , minha mãe , pela Brigadeiro Luiz Antonio passamos por uma porta de construção antiga de um restaurante japonês e havia nessa porta um vaso grande e largo com uma planta linda utilizada inclusive nos usos de florais de bach, minha mãe ficou doida com aquela planta , queria muito uma muda dela , mas temia ter que roubar, então entrou e pediu para a japonesa concentrada que não entendeu a euforia da voz da minha mãe falando daquela planta e pedindo uma muda, e a japonesa respondia negativamente a doação minha mãe não entendia e desapontada saímos do lugar tristes e decepcionados, saindo da porta minha mãe mirou bem o vaso, deu alguns passos como se fosse embora, no mesmo momento retrocedeu os passos e delicadamente rápido roubou o objeto desejado a muda de beijinho de nome impatiens, utilizado para fazer o floral! Fico por aqui agradecendo as viagens feitas neste delicioso artigo!